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"Incómodo de Odores": as deficiências dos regulamentos

 

As reclamações sobre odores no ar ambiente são uma constante, principalmente no que diz respeito às instalações industriais localizadas nas imediações de áreas residenciais.

São feitas frequentemente quando o odor desagradável se torna tão forte que se considera necessário que a empresa reaja ou mesmo que a autoridade pública responsável intervenha. Nesse cenário, a indústria emissora dos odores tem de o fazer já que não tomou de forma atempada as devidas e necessárias precauções para prevenir as emissões de tais odores.. Convenhamos que todos concordarão que tal situação deve ser evitada tanto quanto possível.

No entanto, a ausência de queixas de odores não sinaliza, necessariamente, a ausência de "incómodo" de odores na vizinhança. Ser um bom vizinho implica interagir, integrar, cuidar da vizinhança e perceber os problemas potenciais desde o início, antes que o "incómodo" se torne mesmo incomodativo.

Dependendo da indústria ou instalação, os residentes podem ficar incomodados e sentirem-se ameaçados mesmo que o odor "incómodo" não seja classificado como considerável, já que os limites de exposição, não estão legalmente excedidos.. Há que ter também em consideração, que as reclamações contínuas e a experiência de “incómodo” podem ser motivadas por vários fatores não olfativos, tais como preocupação com os efeitos nocivos da atividade na saúde que pode ser ou não real, apreciações do público incapacidade da autoridade de monitorizar uma instalaçãoou a percepção de outras deficiências nos equipamentos das instalações. como, por exemplo, ruído e poeira.

A QUEM considera, na avaliação dos efeitos sensoriais, um nível de limiar de “incómodo” como a concentração em que não mais do que uma pequena proporção da população (menos de 5%) o sente por um curto espaço de tempo (menos de 2%). À primeira vista, essa definição parece bastante rígida. Mas é errado pensar assim. Basta lembrar o que a OMS define como saúde, "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade". Deve-se, também, ter em mente que os níveis limite de ”incómodo” para substâncias odoríferas, estão bem abaixo dos níveis de exposição que têm efeitos adversos diretos na saúde.

Portanto, se a indústria não puder reduzir os níveis de emissão de odores, tem ainda a possibilidade de recorrer a quem possa, de algum modo, influenciar a pessoa ou o contexto por forma a interferir na perceção dos odores e na resposta a dar aos “incómodos”. Ora isso é tão simples quanto, por exemplo, ter uma conversa com o seu vizinho, criando e estabelecendo, assim, confiança e canais de comunicação. Pesquisas e questionários frequentes podem ajudar a determinar os parâmetros de “incómodo” para avaliação de odores – espero eu - evitando, assim, ter que verificar constantes reclamações de odores ou até mesmo ter que gerir conflitos..

Por Gerhard Schleenstein, especialista em engenharia de odores da ecotec.

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