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Coordenadores do D-NOSES em Portugal fazem o "Ponto de Situação".

Foto de Kristen Morith no Unsplash

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Este post é o último da nossa série dedicada às últimas notícias dos pilotos da D-NOSES em todo o mundo. Nesta última peça, pedimos aos "líderes-piloto" Vera e Pedro que nos dessem algumas dicas sobre a jornada dos odores.

Em Portugal e no Porto concretamente, a Lipor e os demais parceiros D-NOSES, têm trabalhado arduamente para minorar o impacto da pandemia “COVID19” no que toca ao interesse dos residentes para a questão dos odores.

Convém, desde já, relembrar as origens do "Porto Pilot":

Esta situação piloto tem a ver com o “Percurso Ecológico Rio Tinto” na Área Metropolitana do Porto. O projeto visa definir um plano de ação conjunto para a reabilitação do rio. A sua escolha deve-se ao fato de se tratar de um caso singular de odor e sendo o odor um parâmetro fundamental, permite, assim, diagnosticar e ser utilizado para localizar outros problemas ambientais, como as descargas ilegais, por exemplo.

Atualmente, o rio Tinto apresenta graves problemas de poluição com origem, principalmente, na cidade de Ermesinde. Existem esgotos clandestinos a montante do rio e a suspeita de infiltração de água não tratada de um aterro, entretanto encerrado pela Estação de Tratamento de Efluentes da Cidade de Rio Tinto. Todos esses fatores contribuíram para os altos níveis de poluição do rio.



Agora sobre o Modelo de envolvimento das partes interessadas da D-NOSES, A Lipor identificou uma lista bastante extensa de todas as partes interessadas que podem participar na questão dos odores do Rio Tinto.

  • Atentando nas fontes de emissão de odores, as indústrias responsáveis ​​pelas descargas de águas residuais na Rio Tinto são, obviamente, os principais atores a considerar.
  • Facilmente se constatou que os cidadãos residentes nos concelhos de Valongo, Maia, Gondomar e Porto foram os mais afetados.
  • Como o Movimento de Defesa do Rio Tinto, muitas e diversas foram as associações de cidadãos e ONGs que se mobilizaram em defesa do rio.
  • Pelo setor público, administração e/ou autoridades ambientais, há que mencionar, por exemplo, o IP - Administração da Região Hidrográfica Norte, a empresa Águas de Valongo S.A., as Juntas de Freguesia de Rio Tinto, Ermesinde, Águas Santas, Baguim do Monte e Campanhã, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), a Agência Portuguesa do Ambiente…
Como principais obstáculos encontrados recentemente durante o desenvolvimento do projeto piloto, A LIPOR menciona os seguintes:

a) o envolvimento da população; b) a dificuldade no uso da app por parte dos idosos; c) a realização de ações de divulgação do projeto junto da população previstas para os meses de março a setembro de 2020, não foi possível pelo confinamento a que a pandemia obrigou. Alternativas existirão e estamos a estudá-las, mas há que ter em conta que a população está, compreensivelmente, preocupada com a pandemia, e não com os odores do rio.

É difícil manter em alta, as expectativas na resolução dos problemas relatados. No entanto, estamos a trabalhar para que nos próximos meses, possamos preparar, por videoconferência, a população, inspetores de câmara, professores,…

No município de São João da Madeira, em Portugal, os nossos parceiros seguem um outro caminho, com um percurso próprio, ocupando-se com um projeto-piloto destinado a um público ligeiramente diferente.

  • No município qual o problema do odor, onde é que ele existe concretamente e como está a ser resolvido?

No município de São João da Madeira estamos a desenvolver o projeto na comunidade escolar em geral e com a empresa emissora de odores. Estamos, portanto, a trabalhar com as escolas e quando tencionávamos realizar reuniões com a presença das partes interessadas (stakeholders), surge esta crise pandémica. Consequentemente, apenas iremos enviar posters, informações várias sobre o projeto e conversar individualmente com cada parceiro. Continuaremos a divulgar conteúdos e notícias sobre odores na media local e nas redes sociais do município.

  • Quem são as principais partes interessadas envolvidas?

Todas as pessoas afetadas pelo odor, habitantes de SJM e das freguesias da Arrifana e Milheirós de Poiares do concelho de Santa Maria da Feira e da freguesia de Cucujães do concelho de Oliveira de Azeméis.

  • Que etapas ou fases de mitigação já foram alcançadas? 

No nosso caso, temos muito poucos episódios de odores, já que a empresa implementou MTD desde 2016. Quando surge um episódio as pessoas registam-no, mas são raros, pelo que se pode afirmar que a situação está francamente melhor.

  • Atualmente quais os maiores desafios que seu projeto-piloto está a enfrentar?    

a) trabalhar com as partes interessadas sendo que algumas o fazem de forma velada, com limitações ou condicionantes; b) colocar em prática a divulgação geral a partir de baseada em sessões sensoriais interativas, que, neste momento, não podem ser colocadas no espaço público.

  • Que género ou tipo de trabalho está a ser realizado?

Trabalhar com escolas, habilitar, inventariar, informar 100 cidadãos, analisar dados, criar vídeos com o histórico de odores de SJM, entrevistar cidadãos e representantes das empresas emissoras de odores e divulgar, com a devida e merecida frequência, o projeto nas redes sociais do município e na media local, às partes interessadas.

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