Boas Práticas na Unidade de Compostagem - LIPOR

BACKGROUND

A LIPOR é um serviço de gestão de resíduos do Porto, Portugal, criado em 1982. A utilização de resíduos biodegradáveis para produção de compostagem foi sempre a principal componente da sua política de gestão integrada de resíduos. Assume também grande importância nas políticas sólidas de gestão de resíduos, uma das principais directrizes referidas no PERSU - Plano Estratégico para Resíduos Sólidos Municipais e a estratégia nacional para redução do lixo orgânico em Aterros sanitários.

Desde a sua criação, a LIPOR assumiu a gestão de uma antiga central de compostagem, criada em 1962, processando para cima de 200 toneladas de resíduos mistos por dia. O processo de compostagem era efetuado a céu aberto, através de pilhas com revolvimento mecânico para garantir o seu arejamento. A par disso, o local ficava junto de um aterro. A combinação dos dois originou um forte odor, causando problemas à comunidade local, reduzindo o preço dos imóveis e criando impacto na sua qualidade de vida. Ainda hoje as pessoas se lembram de terem de fechar as janelas das viaturas, ao passarem na auto-estrada, por causa do cheiro forte. A central de compostagem foi encerrada em Agosto 2001 e o aterro alguns anos depois.

Portanto, com o encerramento da velha central de compostagem, impôs-se uma alternativa e, embora não existindo qualquer legislação portuguesa relacionada com emissões de odor, mesmo assim tornou-se uma preocupação importante, ao ponto de ser incluída no processo de concurso. Segundo o pedido, as novas instalações deveriam incluir as melhores práticas disponíveis na redução de impactos de odores. A LIPOR iniciou a construção de uma moderna Central de Compostagem em 2002, tendo começado a funcionar em 2005.


Envolvimento das partes interessadas

Durante a fase de desenvolvimento, foram constituídos três comités de monitorização que representassem os cidadãos, pertencentes às três freguesias vizinhas. Realizaram-se encontros regulares para discussão do andamento da unidade, mas os membros do comité continuavam muito cépticos relativamente à possibilidade de solução dos problemas de odores. Contudo, à medida que o projecto avançava, a tensão reduzia, pois constatavam que as medidas para controlo de odor iam tomando forma. Era e continua a ser importante uma comunicação franca e transparente com as partes interessadas. Uma falta de transparência no processo podia ser vista como forma de esconder informação, o que só contribuiria para aumento de tensão. O envolvimento das partes interessadas ao longo do processo significava que se mantinham activas, mesmo depois de a unidade de compostagem começar a laborar, e elas reconhecessem o trabalho da Lipor na resolução de um problema prolongado. A central de compostagem foi inaugurada pelo Ministro Português do Ambiente, ganhando destaque nos jornais nacionais, devido à resolução do problema do cheiro.


Boas Práticas Técnicas

A nova central de compostagem tem capacidade para tratamento anual de 60,000 toneladas de resíduos orgânicos. Os resíduos chegam em camiões de sistemas de recolha selectiva com remoção da fracção orgânica dos resíduos provenientes de grandes produtores (restaurantes, supermercados, mercados, e alguma recolha selectiva de origem doméstica), e procedem à recolha selectiva de resíduos verdes. A selecção cuidadosa de matéria orgânica para compostagem e a produção de compostos é muito importante e um aspecto-chave para a viabilidade e sucesso do projecto.

A actual central de compostagem é fechada e em abaixamento de nível. Isto dá origem a que todo o ar seja sugado para dentro, mesmo quando se abre uma porta, e os problemas de odores no exterior ficam minimizados. O tratamento do cheiro tem um capacidade para 410,000m3200,000/h e consiste em duas unidades de purificação do ar com uma capacidade individual de 3m3,1302/h, seguidas de um sistema de biofiltragem com uma área total de 18 m3XNUMX, que envolve XNUMX secções de biofiltros, tendo por meio de enchimento raízes de madeira. O sistema de extracção de ar tratado tem XNUMX condutas verticais, equipadas com ventiladores axiais. As condições de humidade e temperatura para cada biofiltro são controladas, de forma a permitir que os micro-organismos trabalhem a um nível óptimo. De três em três anos o material dos biofiltros é mudado e as raízes, que são removidas e retalhadas, são enviadas para a unidade de compostagem para produção de adubo como fonte carbónica. A troca do material dos biofiltros faz-se em duas fases, a fim de permitir que o sistema de tratamento continue a sua tarefa e minimize o impacto.


Focados no Negócio

O velho aterro sanitário foi transformado num Parque de Diversões, aberto à comunidade em certas épocas do ano. O Parque de Diversões promove actividade física, dieta saudável, respeito pelo meio ambiente e actividades sociais.

O Parque está dotado dos seguintes recursos:

Zona de piqueniques - parque infantil - práticas radicais - miradouro - circuito de arborismo - parque minigolfe - percursos pedestres e ciclovias - espaços temáticos - mini-campos de futebol - barracas de comida - instalações sanitárias - parque - automóvel - áreas verdes à volta.

Abrimos recentemente um trilho ecológico, em funcionamento todos os dias, para quem quiser caminhar ou correr, e que serve de atalho para a estação ferroviária a quem mora e trabalha perto da LIPOR.

Com as nossas soluções tendentes a minimizar o impacto de odores das nossas actividades, estamos agora mais perto das comunidades, tendo melhorado a sua qualidade de vida, desenvolvido o mercado imobiliário local e proporcionado à vizinhança a possibilidade de usufruir de um novo espaço verde. Ultimamente não tem havido queixas relacionadas com cheiros da unidade de compostagem.
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