Olfatometria dinâmica

Com este método, as amostras de gás odorífero são recolhidas na fonte do odor em bolsas específicas. Estas amostras são depois diluídas com ar fresco e ligadas a um olfatómetro. Um painel de pessoas especializadas “cheiram” o odor diluído através do olfatómetro. O nível de diluição é gradualmente reduzido, até que um painelista sente o odor e carrega num botão, dando o sinal para a concentração do odor. Esta técnica aplica-se às fontes dos odores, i.e., superfície de aterros, chaminés, etc., mas o método não é suficiente para medir o impacto em cidadãos que vivam na área vizinha.

O que é ?

A olfatometria dinâmica é um processo estandardizado de medir concentrações de odor, usando o sentido olfativo humano. Pertence, portanto, às chamadas “técnicas sensoriais”, uma vez que a medição da concentração de odor está relacionada com a sensação causada pela amostra, diretamente num painel de pessoas devidamente selecionadas.

As amostras de ar odorífero são recolhidas na fonte do odor em sacos apropriados, sendo depois analisadas pela sua diluição com ar fresco, inodoro ou “neutro” em quantidades decrescentes.

A análise é realizada apresentando a amostra ao painel em concentrações crescentes por meio de um dispositivo de diluição específico chamado olfactometro, até que os membros do painel possam detetar um odor diferente do ar neutro de referência. O resultado dessa medição é a concentração de odor da amostra, que é expressa em unidades de odor europeias por metro cúbico (ouE / m3) (Figura 1). Isso representa o número de vezes que a amostra foi diluída com ar neutro (inodoro) para atingir sua concentração limite de deteção de odor. Portanto, se a amostra precisar ser diluída 100 vezes com ar limpo, para que o painel não possa mais perceber o odor, isso significa que a amostra possui uma concentração de 100 ou E /m3 .


Para que é que pode ser usada?

O passo mais significativo, com vista à estandardização da olfatometria na Europa, foi a introdução, em 2003, da norma de referência Europeia UNE-EN 13725 “ Qualidade do ar - Determinação da concentração de odores por olfatometria dinâmica”,a qual trata de vários aspectos da medição, tais como procedimentos de amostragem e materiais, apresentação de amostras a peritos, registo de dados, cálculos e relatos e requisitos de qualidade de desempenho.
No âmbito da UNE-EN 13725:2003,” esta norma europeia especifica um método para determinação objectiva da concentração de odor numa amostra gasosa que utiliza a olfatometria dinâmica com peritos humanos e a taxa de emissão de odores, provenientes de fontes-ponto, fontes áreas com fluxo de saída e fontes áreas sem fluxo de saída. A principal aplicação é fornecer uma base comum para avaliação de emissões de odores nos estados- membros da União Europeia”. Portanto, a olfatometria dinâmica pode ser usada para medição da concentração de odores emitidos na fonte.

Em alguns casos, a regulamentação de odores fixa os limites de concentração de emissões (p. ex. na região de Puglia, Itália). Nesses casos a olfatometria dinâmica pode ser usada para verificação de violação da regulamentação.

 
Uma vantagem importante da olfatometria dinâmica é fornecer informação que pode ser usada como registo de dados para modelização de dispersão, com vista à avaliação da exposição dos cidadãos a odores. Na verdade, a concentração de odores, associada à informação relativa ao fluxo de ar emitido, permite a avaliação da chamada “taxa de emissão de odores”, basicamente o fluxo de odor emitido para a atmosfera, e são os parâmetros que efetivamente contam para a quantidade de odores emitida para a atmosfera por uma determinada fonte. Estes dados podem ser usados como registo de dados para modelos matemáticos específicos, os quais combinam esta informação com dados meteorológicos e geográficos, calculando assim como é que os odores emitidos são transportados através da atmosfera até aos cidadãos afetados.

Presentemente esta é a forma preferida na maior parte de países para avaliação do impacto dos odores, causado por diferentes odores emitidos por atividades nas comunidades em redor.

Para o que é que NÃO pode ser usada?

A olfatometria dinâmica é um método de medição descontínua, atendendo a que as amostras são recolhidas na fonte num preciso momento e transportadas depois para um laboratório, onde são analisadas. Por este motivo, não pode ser utilizada para monitorização de emissões de odores.

A olfatometria dinâmica não pode ser usada para obter informação da qualidade de odores, não podendo, deste modo, identificar odores ou fazer a distinção entre diferentes odores.

A olfatometria dinâmica fornece informação acerca de emissões de odores. Assim, não pode informar sobre a presença de odores no ar ambiente (imissões). Para este efeito, os dados da análise olfatométrica deverão ser combinados com informação meteorológica e geográfica num modelo de dispersão específico.

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